Identificar todas as necessidades de
uma obra, antes mesmo de sua execução, deveria ser uma prática de praxe. Porém,
a realidade se mostra bastante diferente no mercado da construção civil, por
conta de técnicos que pecam ao não alinhar os projetos de arquitetura e
engenharia de maneira mais contundente. A análise mais minuciosa, conhecida
como “compatibilização de projetos”, vem sensibilizando esses profissionais ao
longo dos últimos anos e mostra que é uma ferramenta indispensável dentro dos
canteiros de obras.
Embora tenha-se observado grandes
avanços tecnológicos, como o desenvolvimento de novos softwares e da
implantação de novos métodos, uma particularidade se deve pela falta de
aproximação entre os arquitetos e engenheiros. “Entendemos que um projeto de arquitetura só é completo se for
desenvolvido por inteiro, analisando, estética, eficiência, tecnologia e construtibilidade.
Assim nasce a compatibilização de projetos, que é basicamente a análise das
interferências entre os planos de arquitetura e engenharia”, afirma Patrizia
Chippari, arquiteta do escritório Espaço Livre.
Em Florianópolis, que experimenta um
grande avanço imobiliário, a compatibilização de projetos no setor, aos poucos,
vem se tornando uma prioridade, evitando, na prática, o desperdício de
materiais e da mão de obra especializada, sem elevação de custos, gerando
maiores lucros e menores transtornos.
“Esse desperdício pode variar entre 5% a 8%,
reduzindo significativamente as margens de lucro do empreendedor. Nesse
sentido, os investimentos na gestão e na organização dos projetos torna-se um
diferencial”, ressalta Patrizia.
O imediatismo dos construtores
é outro obstáculo determinante, que ao preferirem poupar tempo, excluem de seus
cronogramas o realinhamento dos projetos. “Exames completos podem levar meses,
exercendo considerável influência sobre os custos das edificações e à medida
que o projeto evolui, a possibilidade de interferência diminui
consideravelmente”, finaliza a arquiteta.
A compatibilização do projeto do edifício Prime
Tower, no centro de Florianópolis, levou meses e foi desenvolvido pelo
escritório Espaço Livre Arquitetura.
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